“SONETO A (uma certa) CAPITU”

Na adolescência, apaixonado pelo primor do

romance "Dom Casmurro", de Machado de As-

sis, ousei fazer o soneto que o personagem

não concluiu; ele forneceu, apenas os versos

(1º: "Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!"

e 14º: "Perde-se a vida, ganha-se a batalha!")

Hoje (agora) ouvindo certa voz (ao telefone),

venho, modestamente, repetir a ousadia:

“SONETO A (uma certa) CAPITU”

"Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!"

Que do gelo de meu peito, fez fornalha

E a confiança de então, fina espessura

Transformou-a na mais rígida muralha

Contra a pórtico do tempo que censura

Que a têmpora descrente agrisalha

Distribui, no fim inglório que assegura

Felicidade, a destempo, em migalha

Mas vieste do céu, oh flor de ternura

Com estampa da mais bela formosura

A provar, que a esperança nunca falha

Na certeza do amor, que sempre dura

Se a morte, antes vir, por desventura

"Perde-se a vida, ganha-se a batalha!"...

CWB, 101112-20:43h

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 12/11/2010
Código do texto: T2612250
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