Fé de Sertanejo
A cor morena do jambo brilha, só, no capão,
exuberância que não sucumbe à inclemência
do sol, que escalda e vaporiza a ardência
do cheiro denso de pó que sobe do chão.
A araponga lança um trinado na amplidão,
o fim do estio martela em exata cadência,
prenunciando que vai desabar chuva densa
já flora o mandacaru no seio do sertão.
E o sertanejo, feliz, separa o seu coité,
limpa o poço e já prepara o seu enxadão,
que nada o pode superar em sua vasta fé...
Pois que basta araponga gritar para o céu
e o mandacaru sorrir e apontar floração,
já vislumbra da esperança o verdíssimo véu...