Soneto do Desejo d'Alma Errante
Despencou estrela cadente no céu,
olhos secos divisaram bela luz,
do dossel d'onde o desejo seduz
alma errante rasgou o fino véu.
Não demorou a formar-se o anel,
nos olhos d'alma o desejo reluz,
coração aflito toma a sua cruz
e trôpego vai por sombrio vergel.
E no topo do calvário, o algoz,
sedutor incansável d'almas sem paz,
sussurra com sua sibilada voz...
Um murmúrio de carícia tão audaz
que o pobre coração soa veloz
e sucumbe ao desejo mais fugaz...