Minha Cama

A minha cama é vítima inocente

Tadinha dela... Quando eu sofro, sofre

Na confidência, guarda como um cofre

Soluços, socos... pena e é valente.

Lençóis amarrotados deixo nela

Encharco o travesseiro, quebro o estrado

Me jogo, deixo o peso acumulado

E nem sequer reclama, nem apela.

Já vai-se meia-noite, a hora avança

Um rosto-alvor de insônia a lua imprime

Da grade da janela os fachos lança.

Que boa, leve cama, tão sublime!

Pro meu remorso é um berço que balança

Um bom confessionário pro meu crime.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 05/09/2010
Código do texto: T2480687
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