Lábios

Justificar-me nunca poderia

Se desprezei os Teus ensinamentos

Se os sonhos já viraram fragmentos

E cada noite é crua, tão vazia.

Um último prazer comigo trago

Pois como prometi ter virgens lábios

Empoeirados ficam... alfarrábios

E nessa solitude o voto pago.

Eu ei de navegar no barco certo

Deixar pra trás a dor, viver liberto

Pra nunca mais voltar à terra firme.

E as lágrimas, Senhor, me enxugarás

Um lábio "leite e mel" concederás

Verei aquele anjo bom sorrir-me.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 21/08/2010
Código do texto: T2450908
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