CALMARIA
Navego em águas calmas. Céu de anis.
Nem um indício de possível tempestade.
Num mar plácido, como eu sempre quis,
saboreio a delícia da paz que me invade.
Os ventos que acariciam minha face
são apenas brisas suaves, relaxantes,
arautas de mais um anoitecer que nasce
vestido da prata de estrelas cintilantes.
Tudo é calma ao meu redor. Nem uma voz
a separar-me dos sonhos, das lembranças.
Posso, afinal, unir-me a eles e, a sós,
viajarmos juntos nessas águas mansas.
O som desse silêncio me entorpece.
Não era essa a paz que eu desejava?
Pois ei-la. E a calmaria me enfraquece.
Queria ao menos que em meu céu estivesse
aquela nuvem que antes não buscava.
Que tanta paz assim eu não tivesse.
Queria prenunciar alguma tempestade
que me fizesse sentir pingos da chuva
a doer-me na face, sem piedade...
Que sacudisse a minha nau de liberdade,
que eu fosse presa em suas mãos de luva
e não pudesse pensar mais na saudade!
Navego em águas calmas. Céu de anis.
Nem um indício de possível tempestade.
Num mar plácido, como eu sempre quis,
saboreio a delícia da paz que me invade.
Os ventos que acariciam minha face
são apenas brisas suaves, relaxantes,
arautas de mais um anoitecer que nasce
vestido da prata de estrelas cintilantes.
Tudo é calma ao meu redor. Nem uma voz
a separar-me dos sonhos, das lembranças.
Posso, afinal, unir-me a eles e, a sós,
viajarmos juntos nessas águas mansas.
O som desse silêncio me entorpece.
Não era essa a paz que eu desejava?
Pois ei-la. E a calmaria me enfraquece.
Queria ao menos que em meu céu estivesse
aquela nuvem que antes não buscava.
Que tanta paz assim eu não tivesse.
Queria prenunciar alguma tempestade
que me fizesse sentir pingos da chuva
a doer-me na face, sem piedade...
Que sacudisse a minha nau de liberdade,
que eu fosse presa em suas mãos de luva
e não pudesse pensar mais na saudade!