Ide

É simples ferida, deixai do seu sangue

Escorra e que jorre das veias rompidas

Sustento-me em pé, imbatível, exangue

Importa-me, agora, cuidar doutras vidas.

Não vivo mais eu, mas é Cristo quem vive

Descanso no Seu insondável amor

No vale da sombra da morte, lá estive...

No entando, me importa viver Seu alvor.

O firme evangelho da cruz eu retive

Só quero ser santo, entre as trevas, um brilho

A Sua Palavra os enfermos cative!

A mim me esvazio, na carne me humilho

A fim de que o "ide" do Mestre me avive

Assim discipule a qualquer como a um filho.

//Continuo na preferência de me aventurar no Galope à Beira-Mar (hendecassílabo 2-5-8-11). Nas iniciais do último terceto tb procurei alguma sonoridade.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 31/07/2010
Reeditado em 31/07/2010
Código do texto: T2410670
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.