Ide
É simples ferida, deixai do seu sangue
Escorra e que jorre das veias rompidas
Sustento-me em pé, imbatível, exangue
Importa-me, agora, cuidar doutras vidas.
Não vivo mais eu, mas é Cristo quem vive
Descanso no Seu insondável amor
No vale da sombra da morte, lá estive...
No entando, me importa viver Seu alvor.
O firme evangelho da cruz eu retive
Só quero ser santo, entre as trevas, um brilho
A Sua Palavra os enfermos cative!
A mim me esvazio, na carne me humilho
A fim de que o "ide" do Mestre me avive
Assim discipule a qualquer como a um filho.
//Continuo na preferência de me aventurar no Galope à Beira-Mar (hendecassílabo 2-5-8-11). Nas iniciais do último terceto tb procurei alguma sonoridade.