Lágrimas de Sangue

Minha alma está sentida, complacente...

Clama, clama, te derrames com'água

Pelas rochas de um ribeiro veemente

Vás deixando arrefecer toda frágua.

Te derrames lá do céu, como a chuva

A qual molha em certo tempo oportuno

Umedeças a raiz e que a uva

Alimente qualquer lábio jejuno.

Que, por fim, se faça lágrimas, gotas

Que escoem dos meus olhos salgados

Mui mais doces, de cor viva, escarlate.

Pois são bem aventuradas as notas

Que ressoam neste choro em remate...

E os que sangram se verão consolados.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 20/07/2010
Código do texto: T2389002
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