Lágrimas de Sangue
Minha alma está sentida, complacente...
Clama, clama, te derrames com'água
Pelas rochas de um ribeiro veemente
Vás deixando arrefecer toda frágua.
Te derrames lá do céu, como a chuva
A qual molha em certo tempo oportuno
Umedeças a raiz e que a uva
Alimente qualquer lábio jejuno.
Que, por fim, se faça lágrimas, gotas
Que escoem dos meus olhos salgados
Mui mais doces, de cor viva, escarlate.
Pois são bem aventuradas as notas
Que ressoam neste choro em remate...
E os que sangram se verão consolados.