TRISTE VERDADE
Um som rasgado e doentio estremece o ar seco e vazio,
Detonado do rosto frio dum homem ainda ontem amigo,
Mas hoje apenas inimigo, ao azar da sorte desse soldado
Que falece instantes depois, baixo o peso surdo da morte.
Tristeza, insanidade, frieza, desilusão, a vida por um fio
Nesta sombría e dita grandeza do poder junto à vaidade,
Donde o homem é chamado a defender a sua existência?
Ou apenas a preencher a ambição dum político vadío?
Falam que sim... que lutar e combater é nosso primeiro dever,
Aí Decretamos os nossos ideais ao ficar do lado da nossa nação!
Ou apenas estamos sendo usados na abolição da humanidade?
Tentam me convencer que estou errada nessa minha conclusão,
Mas então me diga, que verdade será contada ao filho do soldado
Quando o pai morrer, sem ser honrado ainda menos lembrado!
Salomé
“Desiguadades” 2010