Tão Vazio

Tão vazio desalento brota e cresce

É indomável martírio, incandescente

Fogo gélido, seta emoliente

Coração que desaba, que amortece.

Fica nessa: Guardado, bolorento

Esse é mal do poeta que é em excesso

Solitário, calado... Retrocesso!

E contudo gozei do meu rebento.

Te condeno, ó minh'alma, à maior pena:

Amarás para sempre, já que insistes

Sem ninguém, sem amor, tristeza plena.

Té que um dia, depois dos dias tristes

Te apareça aquele anjo, tez serena

E te diga: Sou aquilo que pedistes.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 09/06/2010
Código do texto: T2309240
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