Tão Vazio
Tão vazio desalento brota e cresce
É indomável martírio, incandescente
Fogo gélido, seta emoliente
Coração que desaba, que amortece.
Fica nessa: Guardado, bolorento
Esse é mal do poeta que é em excesso
Solitário, calado... Retrocesso!
E contudo gozei do meu rebento.
Te condeno, ó minh'alma, à maior pena:
Amarás para sempre, já que insistes
Sem ninguém, sem amor, tristeza plena.
Té que um dia, depois dos dias tristes
Te apareça aquele anjo, tez serena
E te diga: Sou aquilo que pedistes.