SONETO AO AMOR
Me apaixonei através dum labirinto de palavras,
Não sei ao justo se foi o absinto ou o vinho tinto
Mas sua imagem em mim se fez relíquia sagrada,
Um caso um tanto complicado mas em si revelado!
O amei na escuridão, no recinto dum mistério vago,
Esse amigo imaginário, tantas vezes subestimado,
Nascido no pleno coração das minhas madrugadas,
Que fez das minhas lágrimas, um requinto lavrado.
Um mago valioso e, mistério em si um tanto astuto
Que virou aquela minha viva dor nesse lindo amor
E me ensinou a viver na luz, longe de todo luto.
“Me ame, me derrote, me acorrente ao seu ser
E me ensine o valor da saudade e da sana felicidade
Mas jamais deixe morrer o que nascimos para viver:”
Salomé
“Sonetos 2010”