Dueto... dizer... o quê dizer?


Se queres explicar essa ambição criativa,
ensandecido ardor, irreprimível canto,
de entrar no meu reverso estranho que cativa,
gemer rouco e cansado, alçar-me ao mesmo encanto...

Se queres explicar essa avidez massiva,
cheirar desejo em verso em cada meu recanto,
queimar, enlanguescer em ode permissiva,
que então me faz delírio ao beijo que decanto...

Dizer... o quê dizer, se almejo ser quimera?
- Embalo-me ao teu som, rebolo ao veredito,
ao vício teu de amor, beleza em mim se esmera.

Dizer... o quê dizer, se almejas beijo implume?
- Que sejas meu cantar, nenhum jamais escrito,
q’eu seja em ti canção, prazer, paixão, perfume...

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 8 de abril de 2010 – 4h22
Reeditado no Rio de Janeiro, em 27 de junho de 2015 – 1h45
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 24/04/2010
Reeditado em 12/06/2016
Código do texto: T2217479
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