Nós dois, a flor e o vento...
Nós dois sonhamos sós em mundo almiscareiro,
arfamos nesse amor, meu verso é o teu desvelo.
A provocar ciúme em pássaro agoureiro,
surrupiaste a flor que enfeita o meu cabelo.
Fui terra e fui tremor, raiz que exala cheiro,
lancei-me ao teu regaço, arfei por russo pelo.
A desvendar quimera em som de fado outeiro,
queimei na tal paixão ardente ao doce apelo!
Então, a flor roubada, inflou-se ao nosso outono...
o pólen se espalhou, qual seiva transcendente -
pistilo em androceu, à luz do sol e ao vento!
Depois, à verde relva, um cálido abandono...
meu fogo feminino, olor de amor candente -
em paz no corpo nu, teu fero sentimento!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 31 de março de 2010 – 13h56
Reeditado em 10 de junho de 2017 – 22h48