Heresia do amor
Eu canto o amor! O amor, tão loucamente, quero!
Fascínio e colibri, teu verbo em mim cativo,
faz jura do pecado. Incandescente fero,
sou onça e sou mulher, meu verso assim cultivo.
Eu canto o amor! O amor, tão loucamente, quero!
Às fragas do infinito, um frenesim altivo
desliza ao triste fado. Instigo anil bolero,
que dança aqui e ali, volita criativo.
Ao meu candente beiço há beijo e só tormento.
Se burlam versos meus, sacrário vil - expiro,
cavalgo à luz do sol, sou flor sutil - lamento!
Infrinjo as leis da paz, sou hóstia do momento.
Desejo um louco amor, traduzo-me em suspiro
e a súplica do orgasmo exaro ao firmamento!