Promessa infame(?)
Prometo-te beijar o tempo inteiro,
nua de sol, cabelo solto ao vento,
arder-me nessa língua, fogo arteiro,
mostrar-te o tempo inteiro meu talento.
Prometo-te lamber o vil recanto
e no arrebol, profana em véu de flores,
amar-te enlanguecida, erguer teu manto,
sentir no vil recanto teus sabores.
Prometo-te domar, ser teu cavalo
e ao leito do segredo, em purpurina,
de dor em dor assim, vibrar teu falo.
Prometo-te abraçar, ver-te acordado
e ao céu dos deuses ser tua bailarina,
que ao palco do prazer dança em pecado!
São Paulo, 13 de janeiro de 2010 – 00h03