ENFIM… SONHAR-TE

Chegar a casa e desejar-te,

Embriagado pelo teu cheiro,

E só poder, enfim, sonhar-te –

Com o que isso tem de verdadeiro –,

Tendo apenas uma pequeníssima parte

De um todo que se quer inteiro,

Torna-se tão mais difícil arte,

Quanto mais longe o teu cheiro.

Mas se a memória se sujeita

Ao dolo da vontade intransigente,

Se se obriga e nela aceita,

A imagem distante e verdadeira,

Terá no esforço aparente,

A sua reconciliação derradeira.

Jorge Humberto

11 de Janeiro, de 2003, 20:46:18

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/08/2006
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