LUZ DE VELA

Sou aquela montanha que se azula

Na distância que vai além do prisma,

Ou a velha ilusão vencida e nula

Sobre tudo que fica e não a crisma...

Confessar solidão será sofisma;

Do vazio insondável tenho a bula;

Já deixou de compor a minha cisma,

Renascer onde a vida nem ovula...

Preso em mim desde quando não atino,

Perco toda visão do meu destino;

Meu olhar desistiu de ser janela...

Na verdade sou folha no deserto;

Lambari de remanso em mar aberto;

A manhã de minh’alma é luz de vela...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 18/03/2010
Código do texto: T2145746
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.