Flagelo

Choram, choram, destilam mágoa assaz

Os olhos taciturnos, solitários

Choram de desamor, de amores vários

Dos quais se foi logrado um bom rapaz.

Pergunto só o que haverá de errado

(Porque não sabe o alheio como dói

E como essa mágoa me destrói)

Pra não amarem um rapaz calcado.

Autoflagelo... Se tal é pensei

Por isso nego a dor que versejei

(E o que me era um mal se tornou um bem)

Darei a face ao que me fere n'alma

E no silêncio irá se vir a calma

Do ser que riu e chorou como ninguém.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 10/02/2010
Reeditado em 23/04/2010
Código do texto: T2080172
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