Entre a Água e a Terra
No liso limo, sobre as pedras parcas,
Pequenas, sólidas, o encharque insosso.
Na extensa encosta lacustral, um fosso...
Pequeno tanque nonde pairam barcas.
E entre a água e a terra, vem viçoso
O olhar frugal, o olhar sagaz da garça.
Mas não cruel, sequer valendo a farça:
Sacia-se só... por si é um ser cioso.
Ainda estando no lugar mais belo,
Por entre tantas vistas, lírias flores,
A vida nunca irá saciar-se pelo
Externo, quando há sequiosas dores.
Eu sempre vi-me entre a água e a terra
Tal qual uma garça espera a sua gerra.