"C R E P Ú S C U L O"
Esse pavor nasceu na madrugada
Do tempo prometido, que surgia
Aonde a eternidade é quase nada
E o nada, sempre nada, eu não sabia
Nadar na correnteza que fazia
Pensar em tanta água de braçada
Poder vencer, mas sei que não podia
As lágrimas que chegam na enxurrada
Banhando a noite fria enluarada
Gelada como a bunda de uma gia
Que cria uma ilusão desfigurada
Deixada de seu corpo em letargia
Sabia qu' essa alma apavorada
É de nada, e vencer não poderia...
Homenagem aos que partiram, do "cais"
de Angra dos Reis/RJ, nos primeiros
minutos do primeiro dia do ano "novo"...