Harmonia Etérea
Faces hediondas mostra a luz da noite tíbia.
Duro silêncio faz-se intenso acremente...
Nele, aventado, surge um som, a cifra exímia:
Cordas feridas dum violão que instiga a mente.
Contrafeitas as faces são empós das notas:
Compleições, que vistosas, cercam a densa noite,
Contemplando louvores sacros. Interpostas
Co'a pulsão de um alento as rotas... São uma ponte!
Aos olhos e ao ouvido ouvinte um ardoroso
Apelo intransigido em canto esplendoroso:
Amor!... Uma harmonia etérea, imbatível!
A ponte que atravessa o abismo dissonante
Eu sinto no tocar tão grave, apaixonante...
O amor se faz razão e acorde inexequível.
//obs: Optei por não usar a elisão no segundo quarteto em prol das rimas consonantais mais obscuras...