A sempre-viva

Eis ela que, sempre-viva, exala

Para mim o mais doce dos olores

Marquesa de lúgubres sabores

Sobre o leito de flores repousada

Pele setiforme sobre o corpo despido

Lúcida contra velas acesas

Cabelo solto como véu de noite envolto

De estrelas, elucidário de enigmas

Acalentada nos braços do Divino Supremo

Graciosa, cai no sono ao som das harpas

E repousa no sonho sempiterno

E eu, solilóquio, em versos rápidos

Relembro a formosura do seu corpo

Nu na minha paramnésia.

[N.A] Sempre-viva: Bot. Planta da família das asteráceas, vulgarmente conhecida por perpétua.

Luiz Quintanilha
Enviado por Luiz Quintanilha em 16/12/2009
Código do texto: T1981765
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