Soneto de Elegia
A toda jornada fim haverá.
A toda ferida, a cicatriz...
E o que fica de tudo o que fiz
No sangue dos versos, cá estará.
Em tudo será um conto veloz
A vida, a fascinação tamanha.
Seu golpe diário que sempre apanha
Virtudes e descaminhos em nós.
Não espero o mundo, o que nele há.
Não está aqui a minha porção:
Dele eu nada, nada vou levar.
Mas consiste só no que vou deixar,
Posto o legado que germinará
Uma elegia noutro coração.