Soneto de Elegia

A toda jornada fim haverá.

A toda ferida, a cicatriz...

E o que fica de tudo o que fiz

No sangue dos versos, cá estará.

Em tudo será um conto veloz

A vida, a fascinação tamanha.

Seu golpe diário que sempre apanha

Virtudes e descaminhos em nós.

Não espero o mundo, o que nele há.

Não está aqui a minha porção:

Dele eu nada, nada vou levar.

Mas consiste só no que vou deixar,

Posto o legado que germinará

Uma elegia noutro coração.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 01/11/2009
Reeditado em 06/11/2009
Código do texto: T1899118
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