MÁSCARAS
Máscaras em mãos fluidas dissimulam
O lugar que não é este e também o é
Um escuro quarto num mundo vão
Erguendo do vazio a própria fé.
Resistem ao mundo e o mundo são
Lágrimas estreitas num tolo devaneio
E vão, ao longo do tempo, coração
E vento desfeitos, esquecidos, eu creio.
Horas absurdas de um novo encontro
Assim partido, um pedaço de tudo
Pássaro ao céu, longe e tonto.
Horas absurdas, ruídos, desnudo assombro
Assim fortuito, desconexo e mudo
Num gesto caem e resta o escombro