MÁSCARAS

Máscaras em mãos fluidas dissimulam

O lugar que não é este e também o é

Um escuro quarto num mundo vão

Erguendo do vazio a própria fé.

Resistem ao mundo e o mundo são

Lágrimas estreitas num tolo devaneio

E vão, ao longo do tempo, coração

E vento desfeitos, esquecidos, eu creio.

Horas absurdas de um novo encontro

Assim partido, um pedaço de tudo

Pássaro ao céu, longe e tonto.

Horas absurdas, ruídos, desnudo assombro

Assim fortuito, desconexo e mudo

Num gesto caem e resta o escombro

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 26/10/2009
Código do texto: T1888099
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