SONETO À MORTE

S0NETO À MORTE

160.909

Hoje se abateu sobre mim um sombrio desejo:

Escrever palavras que descrevam o fim da vida,

Ou seja, a morte, mas será do modo que a vejo.

O comum é considerar que é tempo de partida

Para paragens superiores, acima da Terrestre

Face, bem junto d’Aquele de nome Mestre,

Que o chamou, já que sua missão cumprira

Aqui embaixo. Então aquele que já se retira

Parte ciente que tudo o que fazer precisava,

Nada deixando para trás, fê-lo bem tranqüilo:

Sua última expressão eterna placidez grava,

Em seus traços agora inertes, muito daquilo

Que, antes da morte, sempre, com paciência,

Calma e paz, perscrutou da vida a ciência...