Eu Escafandrista
“But it’s calm under the waves in the blue of my oblivion”*
Fiona Apple
Ingênuo e inconseqüente, tomo o meu pesado,
Obsoleto e inócuo escafandro de Virtudes e mergulho
No escuro e sujo oceano de nosso Pecado,
Porém tão calmo que não ouço sequer um barulho
Vejo toda a sorte de criaturas ao meu lado,
Mas a maioria é de um só entulho
De rêmoras coladas a um tubarão abonado,
A devorar seus restos – cheias de orgulho...
Atormentado com toda essa maldita cena,
Procuro ali algo que inda valha a pena,
Algo que seja capaz de dar-me alegria.
Entusiasmo-me ao encontrar uma ostra vistosa,
E na esperança de uma pérola maravilhosa,
Frustro-me ao constatar que ela está vazia.
* “Mas está calmo sob as ondas no azul do meu esquecimento”