SONETO DO PURO ESPANTO

APÓS-CALYPSO PIRAMIDAL

Meus dedos tremem descontrolados

A mente vagueia tonta, em desacerto

O ar sai-me dos pulmões em sopros

Nada, em mim, encontrando o ritmo.

Lá fora, igualmente, a vida desarrumada

O vento sopra esquisito, de revesguelha

A chuva cai invertida, não molhando nada

O sol acendeu triste debaixo de uma telha.

Espanto, puro espanto e medo na cidade

Ninguém sabe a que atribuir o estranho fato

Mais que surpresa, indecente novidade

Que salta de dentro de fétidos bueiros

Atingindo as luzes e ofuscando a claridade

Dos postes bêbados que ficaram cegos.

- por JL Santos, em 30/03/2009 -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 01/04/2009
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