O sal da terra

Vãs histórias passaram calmamente

Mas não se fez por vontade, fez-se por luta

Não existem mais as glórias obtidas

Não fazem mais o amor único, simples:

Os meus heróis não fazem parte da minha vida

Eles ficaram pra trás; eles morreram na guerra da alma

Teve necessidade de crescer mais!

Teve necessidade de firmar-se mais ao infinito lânguido

Os heróis e os sonhos formaram mais uma das pontas

Que firmam em existir para machucar mais

Que querer machucar e machucar mais em fatos vis

As glórias e o amor formam a identidade dividida

Que seria a ação sem o fator de mudança, cara criança?

Que seria de mim se não mudassem nada?

Assim prossigo com a vida sub-humana

De viver apenas; de estar apenas

De lutar apenas; de viver a pena

As passageiras histórias unem-se em uma só

Foram digeridas pelo ego ferino

Foram digeridas pela raiva decorrente

Quantas vezes eu gritei de doer alto e a chão nem me levantou

As minhas pernas estavam presas pelas asas terrenas; não poderia voar

A terra segurara tudo que eu poderia fazer, e não soltavam-na

A terra dava tudo que eu poderia querer, mas eu não sabia; não dava

Diversas vezes as cicatrizes ficaram melhor sem o sal

Mas aproveitava tudo que a terra tivera de dar; eu era o filho perdido

Eu tenho a minha cor de terra de luta de chão de quedas de perdas!

Eu tenho a minha dor

1-05-2006

iuRy
Enviado por iuRy em 01/05/2006
Código do texto: T148200