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Poema da Minha Face
(Ao bruxo Drummond)

Quando quis navegar nas ruas desertas
das franzinas faces decorrentes
Um anjo desse que vivem na minha sombra, disse:
"Vai Carlos! Ser Gauche na Vida!"

Talvez as minhas casas espiassem alguma coisa
até que toda tarde possuisse a mesma cor
Mas corro atrás de mim mesmo!
Atrás de tanto desejo e culpa

Com os ventos matinais passando, nem consigo senti-los
pois são vários sentimentos!
Eu queria vê-los, mas não os obtenho
Para quê tanto brilho se não posso possui-los?

Mas consigo maquiar a minha face recôndita
de medo, frustração e pena
Existe algo além desta face possuidora de falhas
Existe vida através de minhas falhas

Como pude me perder em mim mesmo?
Abandonei as minhas esperanças na face marcada
Mas a lua que nasce sem medo de errar
passa o dia, simples

Continua a vida, a colheita, a busca
Na face severina da vida, Raimundo!
Sou Carlos, Gauche de morte e de vida!
Como solução do vasto mundo que simplifica o meu coração.

09-01-2006
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