ARREMETIMENTO
Lentamente – descendo os meus braços,
No encontro da cama – poiso o teu corpo,
Longos cabelos como compassos,
No amplo imenso deste porto.
Repousados os teus seios são dois laços
Estendidos, desprendidos, de borco,
E os meus lábios nos teus, já sem espaços,
Calam o murmúrio quase morto:
Silêncio de quarto, doces olores,
Respirações apressadas no mais do ar...
Sensações que experimento e mil sabores,
No teu corpo dado sem restrições.
E quando por fim houvermos calar,
O que se ouvir são só os nossos corações.
Jorge Humberto
(09/03/2003)