ARREMETIMENTO

Lentamente – descendo os meus braços,

No encontro da cama – poiso o teu corpo,

Longos cabelos como compassos,

No amplo imenso deste porto.

Repousados os teus seios são dois laços

Estendidos, desprendidos, de borco,

E os meus lábios nos teus, já sem espaços,

Calam o murmúrio quase morto:

Silêncio de quarto, doces olores,

Respirações apressadas no mais do ar...

Sensações que experimento e mil sabores,

No teu corpo dado sem restrições.

E quando por fim houvermos calar,

O que se ouvir são só os nossos corações.

Jorge Humberto

(09/03/2003)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 22/04/2006
Código do texto: T143205