AH, UM SONETO II

Teu ser profundo e tão triste,

Que minh'alma tão triste retém,

Saiba ele o quanto lhe assiste,

No quanto for buscar mais além.

Alma à sorte na desdita existe,

Finca-lhe o dente com desdém...

Aquela que por aquela resiste,

É por ela que insiste e por mais ninguém.

Ai, quanto de nós, no tanto querer,

Deixámos nos outros a julgar-nos,

Não o que em nós tem a haver,

Mas o que nos outros bem julgámos!?

E assim na roda da vida, a olhar-nos,

Vai quem nunca por nunca amámos.

Jorge Humberto

12 de Fevereiro, de 2003, 18:30:30

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 19/04/2006
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