LÁGRIMA

Tudo me dói, tudo me estranha,

Sou como um menino desencantado,

Que vive de ficar magoado,

Sempre que a realidade por si chama.

E é tanto maior e dor tamanha,

Quanto mais vive de viver apaixonado:

Dar o que tem, ser desajeitado,

É condição que não requer façanha.

Que ninguém pois por mim chame

(Não estranha quem o conhece...),

Viver de ser... em si é e padece.

E que força é esta que não vejo,

Que mi alma consome e exangue,

E sempre me trai com terno beijo?

Jorge Humberto

(20:58/Março/22/03)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 18/04/2006
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