LÁGRIMA
Tudo me dói, tudo me estranha,
Sou como um menino desencantado,
Que vive de ficar magoado,
Sempre que a realidade por si chama.
E é tanto maior e dor tamanha,
Quanto mais vive de viver apaixonado:
Dar o que tem, ser desajeitado,
É condição que não requer façanha.
Que ninguém pois por mim chame
(Não estranha quem o conhece...),
Viver de ser... em si é e padece.
E que força é esta que não vejo,
Que mi alma consome e exangue,
E sempre me trai com terno beijo?
Jorge Humberto
(20:58/Março/22/03)