MEU BARQUINHO
Meu barquinho, para onde vais,
Que levas brancura nas velas,
Que colhes bonanças e vendavais,
E já não podes passar sem elas?
Meu barquinho, são os teus ais,
Quando dizes gostar mais delas,
Ondas que roçagam teus taipais,
Do que das lautas caravelas?
Meu barquinho, não é grande não,
Não tem ornamentos nem vigias,
E até a quilha é feita de papelão,
Mas quando vai no vento suão,
De velas dadas, sua condição,
Leva consigo todas as fantasias.
Jorge Humberto
(17/03/2003)