Presença!
“Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!”
Por que invades assim o meu peito?
Por que te instalas assim no meu leito,
Tirando-me a paz, deixando a tortura?
Com esse olhar oblíquo, aí estás brejeira,
Sorrindo, chamando-me com lábios de mel.
Dissimuladamente vens roubar-me o céu,
Ora anjo, ora demônio, assim tão faceira!
Mas não posso tocar tua pele nua,
Estás longe, escondida além da lua.
Como transpor essa muralha?
Sonho possuir-te... Não temo o que vem depois...
Dou a vida por esse amor louco de nós dois,
“Perde-se a vida, ganha-se a batalha!”
Quase um soneto para Machado de Assis, relembrando Capitu.
Maria Helena S. Ferreira Camilo C. Lucas