AH, UM SONETO
Como se fosses hoje – e fosses aqui
Presença, chamada à lembrança –,
Recordo-te num banco de jardim,
Como se fora a luz em tua trança.
Como se fosses agora, ao pé de mim,
E fôramos dois como numa dança,
Então não serias mais lembrança aqui,
Ó doce Mimi, ó minha terna criança.
Ó minha terna criança, ó minha ternura,
Como se fôssemos um grito nos céus,
Como se fosse uma claridade de alvura,
E fosses tu aqui e hoje só p’ra mim,
Como nos sonhos que são só meus...
Como se fosse... acordar seria assim.
Jorge Humberto
(03:46/Maio/05/03)