AH, UM SONETO

Como se fosses hoje – e fosses aqui

Presença, chamada à lembrança –,

Recordo-te num banco de jardim,

Como se fora a luz em tua trança.

Como se fosses agora, ao pé de mim,

E fôramos dois como numa dança,

Então não serias mais lembrança aqui,

Ó doce Mimi, ó minha terna criança.

Ó minha terna criança, ó minha ternura,

Como se fôssemos um grito nos céus,

Como se fosse uma claridade de alvura,

E fosses tu aqui e hoje só p’ra mim,

Como nos sonhos que são só meus...

Como se fosse... acordar seria assim.

Jorge Humberto

(03:46/Maio/05/03)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 09/04/2006
Código do texto: T136207