Ao cais do porto
Tenho um pouco de sal, mel e condimentos,
Para trazer ao cerne dos teus lábios
Algum contentamento e assobios
De algo musical, que em passos lentos
Nalguma caminhada pela praia
Faça que haja ritmo e balanço
No vento que soprar, no doce ranço
Das luzes da lembrança que se espraia...
Por tudo que foi lívido ou espanto
E tem sobrevivido ao passar tempo,
Sem pressa, ânsia ou dor de desconforto.
Assim, com alegria, paro e canto, Para não fazer sal derramar-se em pó,
Volto com meu navio ao cais do porto.