A sede que alimenta a si mesma

É instinto que nem sempre é vital.

Correr até cansar-se virar lesma,

Pode esmorecer e ser letal.

Olhar o que o desejo tem de belo,

Beber com o olhar ao invés da boca,

Sacia um pouco a sede de quere-lo,

Desejo imediato e sem troca.

A sede tem desejo, ânsia e força,

Impele quem a sente ao abismo,

Mas juntos no abismo ponho aterro.

Em sede assim não age quem se esforça,

Nem sente em sua boca dor ou trismo,

Desejo não matar a sede em erro.

Nem sentir o desejo que enforca.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 06/12/2008
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1321219
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