A CASA ONDE NASCI
Onde eu nasci, as casas estavam
espaçadas, umas das outras. O chão
era de terra batida e até calavam
as pedras, urdidas numa certa união.
Das janelas pra fora, árvores falavam,
o dialecto dos montes, em comunhão.
Tudo a perder de vista, lá reclamavam,
serem eles, do sol, a divina protecção.
Um grande hall de entrada e escadas
suspensas sem corrimão, destacavam
a porta, de janelas então gradeadas.
E, de volta a casa, meu pai, da serventia,
milhentas alegrias, em nós culminavam,
e, na velha mesa, grado riso nos atingia.
Jorge Humberto
23/09/08