O CORVO
Sou a lança que perfura teu amago
E o atira no abismo das lamentações
Por seres o opróbrio da maldade
Que gemina nas árvores daninhas.
És o crepúsculo dos ossos secos
Nas ocas das almas pintadas de roxo
Sou a lança que perfura teu amago
E o atira no abismo das lamentações.
Minhas lágrimas nadam pelo meu corpo vivo
Enquanto teus olhos cegos matam a relva
Porque eu sou a vida que vislumbra o amor
E tu a ferida exposta na espinho e sal
Sou a lança que perfura teu amago.