MOMENTO
Quero ser lembrança enquanto memória;
Amar por amar, tanto faz, nem sei mais...
Só imagino o como se ele passasse por mim;
Sem dizer para onde vai, e o porquê do ir-se.
Às vezes, eu penso que vivo num mundo distópico;
Onde traduzo-me no hoje, um ontem pelo agora;
Sem ter certeza do que nada me faz mais falta;
Se estou vestido de cores que a brisa leva num sopro.
E, como percebo a imaginação do meu cérebro sorrindo;
Gargalho por nada ter-me em sã consciência um passar...
Como se eu fosse o sempre passageiro a embarcar no tempo;
Que não se desfaz, porém, deixa ceguelas de uma vida roubada;
Pela cegueira de uma memória que ainda estar caminhando.