MAR
Mar, salgado mar, onde estás?
Eu nunca mais o vi...
Perdestes na imensidão da tua infinitude?
Será que fostes o último refúgio em profundezas?
Ó, céus! Como sei da escuridão;
Que as madrugadas salga-me;
Pela brisa ventana em flor;
Num despertar sonoro mar.
Pelo vento que reza um terço dos meu lamentos;
Correntes presas em mim são algemas d'ouro;
Pela escravidão de meu corpo ao teu;
Nu, tormento grito de desespero;
Ao alforrar-me na memória, o mar...
Eterno carrocel das ilusões perdidas.