Hora e vez
É agora
Agora é a hora
É agora ou nunca
A hora e a vez
É a vez da voz
É a voz que clama
Reclama e proclama
Voz que não se cala
Mais cala profundo
Lá no fundo d'alma
A alma que pena
De perder a calma
E é alma vivente
Que vê, ouve e sente.
É voz de trombetas
Na fúria da guerra
Nos cantos da terra
Aqui e acolá
Síndrome de morte
Pânico nos homens
Que extermina nomes
Com ou sem renome
Que mata de fome
Na seca do norte
Ressecando tudo
Com fome de fogo
Um fogo tão forte
Que quem tem mais sorte
Se afoga na enchente
Morre de euforia
Ou na pandemia
Que a voz anuncia
Voz de profecia
Que se cumpre agora
É a vez da voz
É a voz da hora.
Idalécio Coutinho