Boca da Noite

A boca da noite não engole as tristezas,
Elas gritam no vazio desta crua solidão...
Esgarça nossas carnes nuas, sem defesas,
Sem externar qualquer pena ou perdão!

A boca da noite, prenhe de vermelhidão
Não se importa com as nossas incertezas
boca da noite não engole as tristezas
Elas gritam no vazio desta crua solidão!

Somos dela apenas simples presas
Como foi de Eva o pobre Adão...
E nossas almas vagam, indefesas,
No seu imenso céu, na sua vastidão!
Boca da noite não engole as tristezas...

Edir Pina de Barros
Denise Severgnini (mote)