Real

Não sabemos quanto tempo há.

Não sabemos quanto tempo é tempo.

Não sabemos bem de nós.

Como saber de outros que nunca vimos?

que nunca existiu para nós.

Não posso confiar.

Mas suportaria o que vier, da mesma forma como sobrevivi um condenado a própria sorte.

Vejo meu futuro incerto, o que nem é novidade.

Vejo minha voz silenciada,

minhas vontades circeadas,

mas não fugirei suportarei.

Quanto as grandes massas o que que tem. Eu não tenho nada haver.

Que me importa se teram renda mínima constitucionalidade ou não.

Que importa que Seus filhos não teram do que se alimentar.

Porque eu me importaria.

Talvez se eu disser que a família é tudo para mim serei aplaudida.

Se eu disser que não teram o décimo terceiro , tudo bem eu nunca intendi o porquê dele.

É assim quando SÓ pensamos em nós , fica tudo certo.

O negro não precisa de cota, precisa é estudar mais , que culpa eu tenho se meus pais podem pagar cursinhos, e onde eu for minha cor Branca de sague puro abrem todas as portas e ninguém sai correndo ou olhando atravessado.

Simples assim ninguém colou em você num supermercado, acreditando Que ias furtar. Ou não quis brincar com você porque a mãe proibiu por causa de sua classe sua cor.

Só Quem nasceu abaixo da linha da pobreza sabe o que é isso. So Alguém que abriu seu caminho com as próprias unhas e perdeu sua infância para trabalhar sabe do que estou falando.

A pobreza não combina com as menorias , nem lhes acenta bem.

Você não sabe, mas eu precisei endurecer meu coração, pricisei decidir ser forte.

Precisei não me incomodar com cara Feia ou com pessoas se sentindo superiores .

Eu ja ouvi muito: quem essa aí pensa que é. Será Que ela tem consciência? ou sabe com quem está falando?

Nunca quis nada fácil, quis oportunidades que nunca vieram .

Sua vida está Boa?

O Brasil está bem?

Que que temos haver com tantos desempregos!

Sempre tive medo da evolução industrial. Desde pequena quando ia apanhar algodão imagina quanto tempo ainda teria antes das máquinas surgirem?

Vi muitas profissões se tornarem absoletas.

Se eu tive medo?

Sim muito, por que como eu ia sobrebiver. Com todas as profissões primarias se extinguindo.

Sempre tive medo, essa é minha cautela. Talvez em poucos meses eu me cale. Porque se hoje ja não confio porque terei motivos para confiar.

Gosto de acertar e as pequenas vitórias alegram minha miséria humana.

MARGARYDA BRITO
Enviado por MARGARYDA BRITO em 22/10/2018
Código do texto: T6483557
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.