O DISCURSO DO MAJOR

 

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Amigo leitor, amiga leitora, querido estudante, eu não sou do tipo que duvida que animais tenham sonhos. Aqui já faço um parêntese, essa minha fala não tem valor algum científico. Está totalmente no campo do achismo. Então, eu acho que os animais também sonham.

 

E não apenas eu, o George, meu xará, Orwell, ele também acha, é tanto que o seu livro, que conhecemos na tradução para o português como A Revolução do Bichos, a história se inicia com um sonho de um velho e grande porco, chamado de Major. O interessante é que o velho porco, tem um sonho; conta esse sonho; cria sonhos nos seus pares animais, acende uma chama de esperança, ressussita uma música e morre. Mas, como dizem no mundo do rocj: "O sonho não morreu!"

 

O Major faz um discurso para todos os animais da fazenda. E vou te contar, QUE DISCURSO!!! Se eu discordasse daquele discurso, poderia deixar o Golias, o nome de um dos cavalos personagem do livro, dá um coice bem na minha testa.

 

Ele já começa impactando os presente, veja bem: " Não creio, camaradas, que estarei com vocês por muito tempo..." (Acho que esse discurso já está sendo feito as veladas por alguém). Ou seja, já pegou na veia emocional. Ele por ser um animal querido entre os demais e também respeitado, vem dizer que já está quase morrendo, Isso segura a atenção até da oposição.

 

Continuando o seu discurso ele faz um questionamento filosófico da vida: " E qual é, camarada, a natureza desta nossa vida?"

Perguntinha difícil essa. Acredito que um dos poucos que possam dá uma resposta coerente seja o burro Benjamim. Mas, creio que ele não esteja muito a fim de se debruçar sobre o tema. Porém, as galinhas poderiam falar que a natureza da vida seria de por ovos e eventualmente chocá-los para a perpetuação da espécie. O mesmo diria a égua Esperança e o cavalo Golia, que a sua natureza era trabalhar, e que a natureza de todos juntos seria manter a fazenda.

 

Mas, o velho Major continua o seu discurso: " Vamos encarar a verdade: nossas vidas são miseráveis, laboriosas e curtas". Imagino o burburinho que essas palavras tenham causado nos presentes. Posso afirmar a você que está me acompanhando, que os animais até aquele momento não haviam parado para pensar nessas coisas. Posso até ouvir uma galinha ou outra conversando entre elas: " é mesmo, mulher, que vida miserável nos levamos."

 

E o velho porco segue dizendo que os animais trabalham muito, a vida toda, recebem o mínimo pra não morrerem de inanição e quando chega a hora de morrer, seja de morte morrida ou matada, simplesmente, não recebem reconhecimento algum.

 

E, novamente, retoma o discurso de " QUAL A NOSSA NATUREZA". E qual o maior empecilho para que os animais vivam a sua natureza de forma plena e originária? O maior empecilho é o homem. " O único e verdadeiro inimigo." E endossa o seu discurso da seguinte forma:

"O homem é a única criatura que consome sem produzir.

Ele não dá leite,

não põe ovos

é muito fraco para puxar arado

No entanto é o senhor de todos os animais.

Põe todos para trabalha e devolve apenas o mínimo necessário para não passarmos fome.

Nosso trabalho enche o solo

nosso esterco o fertilizar

e ainda assim não há um de nós que possua mais do que sua própria pele...

O que devemos fazer? Trabalha noite e dia, de corpo e alma, para depor a raça humana! Esta é a minha mensagem para vocês, camaradas: Revolução!"

 

Eu te digo, se eu estivesse lá choraria diante do discurso deste velho porco. Que Homem, ou melhor, Que Porco!!!

 

 

 

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George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 09/01/2023
Reeditado em 09/01/2023
Código do texto: T7690348
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