"Aí vindes
outra vez, inquietas sombras...?"
Está frase é citada por Dom Casmuro no capítulo 2 do livro e ele atribui a Fausto, que ainda não conheço. Mas, confio em Casmuro que a frase existe e que pertence a quem ele diz pertencer. Mas, por quê ele faz essa citação?
No contexto do livro ele está falando da construção da réplica da casa de Mata- cavalo. E, enquanto ele fala vão lhe surgindo lembranças da vida aquela época. Acredito que no livro Casmuro tenha contado apenas o essencial e o que lhe fosse conveniente. Que seja. Enquanto ele rememora as lembranças ele as percebe como sombras.
Levemos em conta que o narrador é um Bentinho já idoso. O livro conta a história de Bentinho pelo próprio Bentinho. Ele olhando para ele mesmo. A percepção de mundo, as relações entre os personagens do enredo é na visão do personagem principal. Isso, em tese, poderia viciar todo o livro. Torna-lo inválido. Não servido para nada senão pesobdr papel. Talvez esses fantasmas são aquilo que ele deixou de contar ou a mentira dita e até mesmo a verdade ausente e que no momento que ele pega a pena, lhe saltam aos olhos. Os fantasmas.
Que fantasmas maior que aquele que assolam os infanticidas? Quase que Bento mata o filho que julga não ser seu. E o uxorologo? Quase que ele também mata a própria esposa. Se não está expresso no livro o desejo ceifar a vida de José Dias por "intrometer-se" na sua vida relembrando à mãe a promessa de metê-lo no seminário, ele quis esguelar prima jistona quando esta insinua que Capitu está namorando outros meninos e, nem a mãe escapou do seu desejo assassino. Embora tenha se arrependido depois de ter pensado nisso.
O que não faltavam era fantasmas para assombrar o velho Bento. Talvez se ele pagar as dívidas das milhares de ave Marias que deve à Nossa Senhora, ele consiga um pouco de paz, mas só temporariamente.
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