O Velho e o Mar

José Saramago e Ernest Hemingway foram os dois literatos que possuem prêmios Nobel de Literatura ao qual já li alguma obra, “Ensaio sobre a Cegueira” e “O Velho e o Mar” respectivamente. Mas neste post vou falar apenas deste último. Aliás você já pescou em alto-mar com apenas uma linha?

No dia da morte de Saramago fui pesquisar os ganhadores do centenário Prêmio Nobel de Literatura. E tive duas surpresas: a primeira trata-se do fato de Ernest Hemingway ter ganho um, em 1953. O segundo refere-se ao fato de este ter sucedido Wiston Churchill. Isso mesmo! Aquele primeiro ministro britânico do fim da Segunda Guerra Mundial. Nunca me referi a ele como um escritor e nem pude imaginar que possuía talento para ser um premiado. Aliás quase ninguém faz essa associação (eu não conheço nenhum!). Mas vamos à história.

“O Velho e o Mar” narra a aventura de um pescador idoso cubano que vive tempos de vacas magras passando 84 dias sem pescar nada. No 85º dia, Santiago (o pescador) vai à alto-mar para tentar ter mais sorte. E consegue pescar um peixe-espada de 5m de comprimento. Porém o espadarte, depois de ter fisgado a isca, resiste durante 3 dias até morrer. Em seguida o velho leva-o à costa deixando-o ainda no mar, pois a canoa não suportaria tanto peso e para manter o peixe fresco. Mas no caminho de volta tubarões atacam o pequeno barco atrás da carne, apenas sobrando o esqueleto. Outros pescadores ficam impressionados com o tamanho do animal e com os ferimentos profundos nas mãos de Santiago, pois ele pescava com linhas e não com varas ou redes. Pescar um peixe-espada de 5 metros com apenas uma linha é para poucos. Tudo bem que não é um fio de nylon (nylon é uma abreviação de “now you lose old nippon!” SÉRIO!) e nem um fio de lã. Mas mesmo assim impressiona muito.

Durante algum tempo, pensava que esse autor era que nem os outros, sem muito de espetacular. Mas o nome de Ernest Hemingway foi citado em outros três livros, sendo dois como escritor e um como repórter. Foi a partir dessas citações é que me dei conta de que não se trata de um simples literato. Mas de um com excepcional talento. Tese confirmada com o Nobel de 1954 e o Pulitzer de 1953.

A história em si é bem curta, com 117 páginas mas eu gostei de ter lido, pois conta uma realidade no qual eu não fazia a menor ideia de como era. E, além do mais, histórias em alto-mar costumam me agradar (foi assim com Exodus, Havaí e Negras Raízes, logo postarei sobre este último), pois nada é previsível quando se está navegando. E essa falta de obviedade é que me prende ao livro, essa sensação de expectativa dos fatos subsequentes. Em suma: são os pequenos frascos que contém os melhores aromas.

FICHA TÉCNICA:

Título: O Velho e o Mar

Autor: Ernest Hemingway

Páginas: 117

Editora: Civilização Brasileira/Círculo do Livro

Edição: Integral

Ano: 1952

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