A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera

Entendo, depois de terminá-lo, o motivo deste livro ser o favorito de tantas pessoas.

Kundera consegue, como Tomas, rasgar verbalmente a pele do kitsch e expor as entranhas dos pensamentos humanos, dos mais doces aos mais perversos, mas todos eles autênticos.

As palavras não são apenas palavra, as frases não são apenas frases, os pensamentos não são apenas pensamentos, e as ações não são apenas as ações. As palavras são frases, que são pensamentos, que são ações, que voltam a ser simplesmente palavras, na lei do eterno retorno porposta por Nietzche. Tudo é tudo, e nada é nada.

É difícil que alguém leia o livro e não se identifique com as ações de alguma personagem, ou de todas. É mais difícil ainda que alguém consiga expressar em voz alta o que Kundera expõe sem timidez pelas linhas do livro: que não somos apenas autômatos, mas seres guiados pelas causas e julgados pelas consequências. Mas Kundera não julga o certo ou o errado, pois o peso e a leveza não se rotulam em seus extremos, e o positivo e o negativo se tornam signos únicos da história de cada um.

O livro logra o primeiro lugar na preferência de tantos leitores pois faz com que seja posto à prova sua capacidade de reflexão e o entendimento do outro, e, principalmente, de si próprio.

Josadarck
Enviado por Josadarck em 09/01/2011
Reeditado em 11/01/2011
Código do texto: T2718771
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