O Fim da Eternidade - Isaac Asimov
Isaac Asimov não erra a mão. É um escritor impecável.
Primeiro introduz sua visão, completamente incrível, sobre o futuro. Brinca com as viagens no tempo, explicando de forma clara (e completamente aceitável) de como ela é feita. Uma das coisas mais interessantes é que as viagens não acontecem com 10 anos de diferença, ou 100 anos, mas com centenas de milhares de anos. Dessa forma Asimov vai descrevendo como seria cada Era. Em uma não existe madeira, em outra as pessoas andam com roupas transparentes, e em uma tudo brilha muito (tornando quase insuportável a visão para quem não é dessa Era), pois todos os materiais são espelhados.
Asimov nos ambienta com a Eternidade, que é uma linha por onde se anda para o passado ou para o futuro, e onde algumas pessoas vivem. Essas pessoas, chamadas de Eternos, são responsáveis por calcular e executar alterações na realidade, com o objetivo de tornar o curso da história o melhor possível (mas para isso, sempre piorando em alguma outra parte!). A idéia da alteração da realidade é muito trabalhada, e em certos momentos nos faz acreditar que não existe outra possibilidade senão que tal "Linha da Eternidade" venha a existir um dia.
Para quem nunca leu Asimov, não deve se preocupar com as primeiras páginas do livro, onde ele "inventa" termos e palavras, pois a linguagem do livro é extremamente simples, a despeito dessas pequenas expressões, que dão ainda mais charme às viagens para o futuro (ou para o passado!)
O livro é genial. As peças se encaixam perfeitamente, e Asimov nunca deixa dúvida quanto aos problemas de viagens no tempo, ou enigmas durante o livro. Consegue fazer uma idéia espetacular e complexa se tornar extremamente agradável e nada difícil de entender. Definitivamente é o tipo de ficção adulto, que, assim como Philip Dick, mostra aos que tem certo preconceito com o gênero, que esta categoria está longe de ser literatura-B.
Um livro para fugir um pouco da realidade, e ao mesmo tempo refletir bastante sobre ela.