O único (romance, baseado no cotidiano político brasileiro)
Caríssimo leitor,
Desejo publicar, a cada dia, um capítulo (ou mais, quando este for de pequeno conteúdo) do romance "O Único", baseado no cotidiano político e administrativo do Brasil. São vários episódios, totalizando 109 páginas. A apresentação, abaixo transcrita, dará uma ideia de fatos corriqueiros que envergonham (sim, envergonham e não somente envergonharam, pois são repetitivos) o cidadão honesto "deste país".
A história é fictícia, mas poderia ser verdadeira. Em alguns aspectos, o é. O humor, algumas vezes utilizados na narrativa, servirá para descontrai-lo.
Gostaria de receber, de sua parte, (se se dispuser a ler esses escritos nas páginas de o Recanto das Letras), comentários sobre se deverei ou não prosseguir com a publicação diária de "O Único". Talvez não lhe agrade, meu bom e benevolente leitor; e eu não gostaria de decepcioná-lo nem aborrecê-lo.
Muito obrigado. Lamércio.
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Apresentação
Há anos, os meios de comunicação noticiam fatos desairosos sobre políticos dos mais variados partidos. Incontáveis escândalos são patrocinados por governadores de estado, secretários de administração e funcionários públicos.
O número de desonestos cresce a cada dia. Parece suplantar o das pessoas honradas. A roubalheira é geral. São muitos os ladrões:
de altas autoridades até ao mais humilde dos servidores públicos.
Dirigentes de empresas estatais fraudam licitações e por isso recebem gordas propinas, enquanto garis vendem o saco plástico vazio onde deveriam depositar o lixo recolhido.
Governadores de estado, parlamentares, sindicalistas, servidores públicos, delegados de polícia, juízes, advogados, empresários, padres e pastores evangélicos já tiveram seus nomes divulgados no noticiário policial.
O orgulho de ser brasileiro está em baixa.
Para escrever este livro, busquei na memória casos de corrupção ocorridos no Brasil. Não tive dificuldade em romanceá-los. São histórias de sindicalistas que traem a confiança de velhos companheiros; de advogados que defendem causas imorais, beneficiando-se de sentenças vergonhosamente interesseiras; de aproveitadores da ingenuidade do povo; e de espertalhões que se locupletam do dinheiro público.
A realidade nua e crua da política brasileira. Sem disfarce. Vergonhosa.
Não economizei ironia nem humor. Fui implacável. Cáustico. Não poderia ser diferente. A morosidade da Justiça e a impunidade que grassam no Brasil incitaram-me a revolta e influenciaram-me a criatividade.
Os nomes atribuídos às instituições sindicais e públicas, referidas no texto, são provas do meu revoltado deboche. A denominação dada ao país, onde o enredo se desenvolve, é uma delas. A amargura sentida no decorrer desta narrativa foi amenizada pelo uso das expressões e dos conceitos mais fortes.
Este é um romance de ficção. Imaginário, porém baseado em fatos reais e corriqueiros, extraídos da vida publica brasileira. Qualquer referência, pois, a acontecimentos, organizações e lugares teve por objetivo dar à ficção um sentido de realidade. Toda semelhança, portanto, com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.
Lamércio Maciel Braga
OBS: A partir de amanhã, você lerá um capítulo por dia de "O Único".
Aguarde-o!